Título |
Depoimento de Maria Cândida Liberato
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Entrevistado |
Maria Cândida Liberato
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Biografia Resumida |
Maria Cândida Liberato nasce em 1944, em Évora. Licencia-se em Ciências Biológicas pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em 1967. Inicia a atividade profissional em 1968 no Jardim e Museu Agrícola do Ultramar (JMAU), tendo como tarefa principal o estudo de material da família LEGUMINOSAE, subfamília PAPILIONOIDEAE, proveniente de trabalhos de recolha realizados na Guiné-Bissau com vista à publicação da Flora deste território que se concretizou para algumas famílias. Em 1972 é nomeada como biólogo do quadro do Jardim e Museu Agrícola Tropical (JMAT), mediante concurso documental. Realizou trabalho comparativo das floras da Guiné e de S. Tomé e Príncipe a partir de materiais de Herbário de que resultaram publicações de estudos de algumas famílias. Com a integração do JMAT na Junta de Investigações do Ultramar, ocorrida em 1974, iniciou-se um processo de reestruturação e reclassificação do pessoal que se desenvolveu até 1976, altura em que é integrada na carreira de investigação como assistente de investigação. No âmbito de outros projetos, colabora em estudos no Paúl, Algarve, e em Porto Santo. Frequenta vários cursos tendentes ao aperfeiçoamento e aprofundamento dos seus conhecimentos e participa em congressos e reuniões científicas com apresentação de trabalhos. Estuda a importância das infestantes nos abrigos de cultura agrícola intensiva e prepara a sua dissertação para provas de investigador auxiliar e respetivo trabalho de síntese que lhe foi fixado pela Comissão Coordenadora do Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), com realização de provas públicas em julho de 1989 e aprovada por unanimidade. É nomeada investigador principal em 1995. No âmbito das provas públicas de habilitação para o exercício de funções de coordenação científica, que requer no IICT, prepara, de acordo com o estatuto da carreira de investigação, publicado em 1999, uma proposta versando conjuntamente um programa de investigação e um programa de pós-graduação visando o estudo de espécies endémicas de dicotiledóneas pertencentes à flora da ilha de São Tomé, com potencialidades medicinais; é aprovada por unanimidade. Participa em diversos projetos e ações de investigação, em alguns como responsável científico, noutros integrando equipas com elementos exteriores ao IICT, encontrando-se alguns ainda em curso. Integra júris de provas da carreira de investigação científica, licenciatura, técnica e outros. Em 2003-2004 é orientadora externa de um trabalho de fim de curso de Engenharia Agronómica. Apoia o ensino universitário, no domínio de trabalhos científicos e de outras solicitações na área da sua especialidade. Como resultado da sua atividade têm sido publicados numerosos trabalhos, enquanto autora, co-autora e colaboradora. Entre dezembro de 2003 e julho de 2005 assegurou as funções de gestão do JMAT. Aposentada em 2006, continua a colaborar cientificamente com IICT.
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Resumo |
ACTD/MO/MCL1 Maria Cândida Liberato dá-nos conta do seu trajeto educativo até ao curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Menciona as razões da escolha do curso e os professores que mais a marcaram e do ambiente estudantil antes do 25 de Abril de 1974. Relata como se deu a sua entrada no Jardim Museu Agrícola do Ultramar (JMAU), atual Jardim Botânico Tropical, como “operadora tarefeira”; em 1974, na sequência de uma reestruturação do Jardim, é integrada no quadro como Bióloga de 3ªclasse e passa a trabalhar no herbário e em Botânica Sistemática, nas leguminosas da Guiné-Bissau. Refere o alcance do trabalho e as publicações que daí resultaram. Faz também referência ao estudo que se seguiu sobre flora de S. Tomé e Príncipe e em que consistiu. Conta como o herbário era central no trabalho desenvolvido, sua importância no contexto de outros herbários do país. Fala sobre a transferência do herbário do Jardim para o Centro de Botância. Refere o período atribulado pós-25 de Abril de 1974, em que se procede a uma reclassificação do pessoal da Junta de Investigações do Ultramar. Menciona o ser percurso no IICT até atingir o lugar de Investigador Principal com Habilitação, em 2004. Fala sobre o trabalho das essências florestais de Angola e da Guiné e das dificuldades que teve que ultrapassar para conseguir realizar a investigação.
ACTD/MO/MCL2 Maria Cândida Liberato faz o relato da origem das amostras de madeiras, instaladas em sala própria no 1º piso do Palácio da Calheta e pertencentes à xiloteca do IICT. Refere o período da criação do então Jardim Colonial, já de cariz botânico, na 1ª década do século XX e, mais tarde, a instalação de um Museu em 1929, com “coleções pedagógicas com produtos agrícolas e florestais ultramarinos existentes no ISA [Instituto Superior de Agronomia]”. Após 1940, ano da exposição do Mundo Português, cuja secção colonial ocupa todo o Jardim, dá-se o seu encerramento para reabilitação sob a direção do engenheiro agrónomo José Diogo Sampayo d’Orey. Cândida Liberato destaca o Index Seminum do Jardim como prova da sua atividade científica e de permuta de sementes entre jardins congéneres. Na sequência da intenção de reabrir o Museu, entretanto encerrado, menciona da sua integração numa comissão criada para esse efeito. Fala da publicação do Catálogo de Plantas do Jardim-Museu Agrícola Tropical, em 1994, da sua autoria, e da progressão na carreira de investigação. Fala ainda da idealização do jardim de Macau em 1944, cuja reabilitação viria a ser por si acompanhada. Finalmente, menciona o estudo do rícino realizado pelo engenheiro Tavares de Carvalho.
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Local |
Lisboa
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Data |
2013-02-05
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Língua |
Português
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Palavras-chave / Keywords |
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Tipo de recurso |
moving image
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Suporte |
MiniDV
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Duração |
00:38':41"; 00:19':07"
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Entrevistador |
Rogério Abreu
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Registo e Edição |
Rogério Abreu
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Copyright |
IICT
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Proveniência |
Projecto Património científico: colecções e memórias
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Instituição Detentora |
IICT
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