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Formada em 1936, a Junta das Missões Geográficas e Investigações Coloniais deu início, entre outras, a uma série de ‘Missões Antropológicas’ em antigos territórios ultramarinos que contemplou, desde o início, a investigação arqueológica, em boa parte graças ao interesse específico dos seus responsáveis. Docente universitário no Porto, Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior (1901-1990) liderou várias destas missões, começando por Moçambique. Procedeu de igual modo no seu âmbito à identificação e recolha de artefactos arqueológicos, na esteira dos procedimentos observados ainda em território nacional sob orientação de seu mentor, A. A. E. Mendes Corrêa (1888-1960), médico, antropólogo, arqueólogo e professor na Universidade do Porto, além de responsável pela prestigiada ‘Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia’ (1918).
Para melhor potenciar as valências das então colónias, guiando, para o efeito, as suas gentes, havia, em antes de mais, que conhecê-las melhor. Foi, assim, que uma das primeiras medidas tomadas neste novo contexto se conectou às práticas antropológica, etnográfica e arqueológica. Neste sentido, não terá sido casual a nomeação de Mendes Corrêa para Director do “Instituto de Estudos Ultramarinos” e presidente do “Conselho Nacional das Missões Geográficas e Investigações Coloniais”. A selecção recaía, deste modo, num académico de reconhecida reputação e em alguém que trilhava um percurso paralelo no domínio político. Quanto aos propósitos últimos daquelas ‘Missões’, reproduzimos aqui palavras do seu mais distinto discípulo, Santos Júnior:
Impõe-se o estudo amplo e profundo da arqueologia de Moçambique, devido não só a razões de ordem científica, que são óbvias, mas também a razões de ordem política, que são igualmente ponderosas (JUNIOR, Pré-história de Moçambique. O que está feito, o que pode e deve fazer-se”. Actas do I Congresso Nacional de Arqueologia. Lisboa: Instituto de Alta Cultura 1961, p. 449. Nosso itálico) […] para o melhor e mais completo conhecimento de Moçambique, nossa província do leste africano, porção sagrada do corpo da Pátria, do todo uno e indivisível que é o nosso quase milenário e sacrossanto Portugal!
(JUNIOR, J. R. S. Idem, p. 458. Nosso itálico)
No geral, a colecção arqueológica do IICT compõe-se de três sub-colecções: a colecção arqueológica de Angola e as colecções arqueológicas e etnográficas de Moçambique e de Timor, entre as quais constam objectos recolhidos em Angola e Timor por António de Almeida (1900-1984), membro da Junta e Director do Centro de Estudos de Etnologia do Ultramar, posteriormente (1962) denominado Centro de Estudos de Antropobiologia.
A par destes, encontram-se materiais resultantes do projecto de investigação de Miguel Ramos, intitulado O Paleolítico do Sudoeste de Angola, desenvolvido nos anos 60, numa concertação de esforços verificada entre a antiga Junta de Investigações do Ultramar e o Instituto de Investigação Científica de Angola, na sequência do qual foi fundado o Centro de Pré-História e Arqueologia do IICT.
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Colecções
Colecção Arqueológica de Angola
Pelas suas dimensões e relevância no conjunto, destaca-se a colecção arqueológica de Angola. Esta diz respeito a recolhas de superfície levadas a cabo, essencialmente, no âmbito da Missão Antropobiológica de Angola entre 1950 e 1953, chefiada pelo Professor António de Almeida, sendo que também encontramos um conjunto de artefactos provenientes do projecto de investigação do Dr. Miguel Ramos: O Paleolítico do Sudoeste de Angola, desenvolvido ao longo dos anos 60.
Colecção Etnográfica da Missão Antropológica de Moçambique
A Missão Antropológica de Moçambique, criada em 1936 pelo Decreto-lei n.º 26842 de 28 de Julho, foi chefiada pelo Professor Santos Júnior e tinha como objectivo o conhecimento científico da antiga colónia, nomeadamente a recolha de dados antropológicos, etnográficos e arqueológicos, tendo uma maior preponderância a recolha das características físicas dos vários grupos locais. Realizou 6 campanhas entre 1936 e 1956, que percorreram grande parte do território moçambicano.
Neste momento, colecções arqueológicas e etnográficas encontram-se disponíveis para consulta através do site do IICT.